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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Órgãos de GM com morte cerebral são doados para três estados


Roberto Aparecido Ramos, 52 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) anteontem enquanto seguia de casa para o trabalho
O Guarda Municipal, há duas semanas, reforçou à esposa o desejo de ser doador de órgãos

Por: Flávio Verão - 
Médicos fazem a captação de órgãos no Hospital da Vida em Dourados
Fotos: Hedio fazan

Guarda Municipal em Dourados que teve morte cerebral terá os órgãos doados para pacientes dos estados de Mato Grosso do Sul, Acre e São Paulo. A cirurgia para retirada córneas, fígado e rins ocorre na manhã desta quarta-feira (11) no Hospital da Vida.

Roberto Aparecido Ramos, 52 anos, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) anteontem enquanto seguia de casa para o trabalho. Ele sofreu ainda ataque cardíaco. A morte cerebral foi diagnosticada no hospital.

O Guarda Municipal estava na corporação há 16 anos e curiosamente, há duas semanas, reforçou à esposa o desejo de ser doador de órgãos. "A família já sabia que ele tinha o desejo de ser doador, os colegas de trabalho também", disse o comandante da Guarda,Sílvio Reginaldo Costa.

Há pelo menos quatro anos o Hospital da Vida não mantinha serviço de captação de potenciais doadores de órgãos. O trabalho está sendo restruturado agora, com a doação de órgãos de Roberto Aparecido.

Assim que diagnosticado a morte cerebral do Guarda, equipe do Hospital da Vida, sob a chefia do médio Antônio Pedro Bitencourt, comunicou à família, que atendeu o pedido de Roberto para doar os órgãos, em seguida foi feito contato com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, em Brasília, de que o município de Dourados teria um possível doador de órgãos.

Imediatamente foi montada uma equipe médica para se deslocar a Dourados para fazer a captação dos órgãos. Os próprios médicos que fazem a captação são responsáveis por implantar o órgão no paciente.

De acordo com Antônio Pedro, as córneas vão para paciente em Campo Grande (MS), o fígado para o Acre e os rins para São Paulo. A doação é feita de acordo com o paciente que encontra-se em fila de espera, que é nacional.

O secretário de saúde de Dourados, Renato Vidigal, diz que o Hospital da Vida irá recriar a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), desativada há uns quatro anos.

"O Hospital da Vida é uma unidade de potenciais doadores de órgãos. Primeiro vamos criar a comissão, que tem Antônio Pedro como presidente. Em seguida vamos fazer uma campanha sobre a importância de doação de órgãos", explicou.
Médico Antonio Pedro é o presidente da comissão de captação de órgãos do Hospital da Vida, que está em formação


Em todo o país há pelo menos 40 mil pessoas que aguardam na fila de doação de órgãos. Em Dourados, segundo Vidigal, há pacientes que precisam de coração e por causa da captação ser um procedimento delicado - assim que retirado o órgão deve ser reimplantado em no máximo quatro horas -, muitos deles acabam mudando para São Paulo, para estar próximo de hospitais que ao mesmo tempo fazem a captação e o transplante.

Como funciona a captação

Paciente com diagnóstico de morte encefálica internado em hospital é doador em potencial. A família é informada da possibilidade de doação dos órgãos. Caso ela concorde, uma série de exames são feitos para confirmar o diagnóstico. A notificação da morte encefálica é obrigatória por lei.

A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (Central de Transplantes) é notificada e repassa a informação para uma Organização de Procura de Órgão (OPO) da região. A OPO se dirige ao hospital e examina o doador, revendo a história clínica, os antecedentes médicos e os exames laboratoriais. A viabilidade dos órgãos é avaliada, bem como a sorologia para afastar doenças infecciosas e a compatibilidade com prováveis receptores.

A OPO informa a Central de Transplantes, que emite uma lista de receptores inscritos, compatíveis com o doador. No caso de transplante de rins, deve-se fazer ainda uma nova seleção por compatibilidade imunológica ou histológica. A central, então, informa a equipe de transplante e o paciente receptor nomeado. Cabe à equipe médica decidir sobre a utilização ou não do órgão.

http://www.douradosagora.com.br/noticias/dourados/orgaos-de-gm-com-morte-cerebral-sao-doados-para-tres-estados

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