(Por Allan Vieira Raidan - filho de um policial militar)
É um fato lamentável, quando constatamos, a imensa inversão de valores predominante em nosso país. Inversão, esta, que reflete-se na grande valorização dada aos membros do legislativo, constatada por seus soldos e o prestígio que gozam perante as classes abastadas, e aos profissionais do esporte, com seus salários de quantia exorbitante. Mais assombroso, ainda, é perceber o grau de indiferença dos diversos setores sociais à realidade vigente.
Enquanto vivemos nossas vidas alheios ao que se passa ao nosso redor, diversos homens e mulheres arriscam-se dia após dia no cumprimento de seu dever. São vítimas da penúria e do abandono perpetrados pelo Estado, bem como da inveja e falatório de pessoas inescrupulosas. Indivíduos anônimos, que com amor e dedicação desprendem-se de honras e glórias. Verdadeiros heróis que da liberdade fizeram renúncia, como da própria vida, em detrimento de um bem maior: a segurança da nação. São eles: os policiais.
Infelizmente, por décadas a fio, esses profissionais que tão fielmente servem ao país, têm sido alvos do desprezo público oriundo da afecção ideológica esquerdista, que transforma agentes de segurança pública em criminosos, e estes, em revolucionários.
É comum ouvirmos pessoas criticando o trabalho das instituições policiais. Mas mesmo tais sujeitos, são obrigados a curvar-se perante a excelência e eficácia na atuação dos referidos profissionais, que mediante seus esforços, garantem, com zelo, a implantação da lei e da ordem.
No dado momento, atravessamos uma fase obscura em nossa sociedade. Após oito anos de penúria, caracterizados pela má remuneração, defasagem tecnológica e ausência de reajuste salarial, os prezados policiais militares do estado do Mato Grosso do Sul decidiram agir, em defesa de seus direitos, por meio do aquartelamento.
Tal ação, não foi porém, motivada por anseios egoístas, mas é tão somente, o resultado da obstinação e indiferença de nosso governador, André Puccinelli e seus assessores, que negaram-se a garantir as exigências propostas.
O argumento do governador para a negativa dessa prerrogativa, é a de que, o reajuste salarial de dezessete por cento, exigido pelos policiais militares, resultaria, em um gasto de um milhão e meio aos cofres públicos, com as folhas de pagamento.
É necessário, porém, enfatizar, que o governo gastou seis milhões de reais no ano de 2012, apenas com publicidade. O que nos leva a pensar: O que é tido como prioridade pelo governo vigente?
Os policiais civis, também decidiram agir em defesa de seus direitos e, há cerca de três dias, entraram em greve, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Nesses tempos de árduas lutas, é mister que todos os setores da sociedade, mobilizem-se em prol da causa de nossos prezados homens da lei. Pois, não estão, os mesmos buscando renome ou mesmo, reconhecimento, mas tão somente, condições que tornem possíveis a sua atuação, na repressão e combate ao crime.
A ausência do patrulhamento realizado pelos policiais militares e investigações dos agentes da polícia civil, com certeza, prejudicarão aos cidadãos de bem, possibilitando que os marginais encontrem a desejada liberdade para a prática de suas contravenções.
Segundo o artigo primeiro de nossa Lei Maior, constitui-se a República Federativa do Brasil, um Estado Democrático de Direito, sendo requisito indispensável para a existência de tal Estado, que haja ampla e irrestrita participação popular. Devemos, portanto, fazer jus às garantias legais estabelecidas, atuando como protagonistas das mudanças político-sociais.
Não podemos permitir que a injustiça da tirania predomine sob o esplendor de nossa liberdade, calando o som de nossas vozes, e ofuscando o brilho de nossos pensamentos.
Prezo pelo dia em que não só os agentes de segurança pública, mas todos os demais servidores estatais recebam o devido reconhecimento diante de nossas políticas públicas, garantindo meios para a realização de suas funções, e sua consecutiva ascensão econômica.
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