Perícia é feita em Campo Grande e laudo deve sair em breve.
Indígena foi morto durante reintegração de posse em Sidrolândia.
O.corpo do índio terena Oziel Gabriel, de 36 anos, morto na quinta-feira (30) durante reintegração de posse na fazenda Buriti em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, foi submetido a nova autópsia na tarde deste sábado (1º), em Campo Grande. Peritos da Polícia Federal, vindos de Brasília, iniciaram os trabalhos na sede do Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol). O corpo já havia sido examinado logo após a morte no Hospital Elmíria Silvério Barbosa, em Sidrolândia.
O grupo de legistas viajou a Mato Grosso do Sul após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O procurador da República, Emerson Kalif Siqueira, havia solicitado à Fundação Nacional do Índio (Funai) para que a nova perícia fosse realizada.
A coordenadora substituta da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande, Ana Betriz Lisboa, que esteve no Imol para acompanhar os trabalhos dos legistas, disse ao G1 que a perícia deve durar pelo menos quatro horas. A autópsia deve apurar o calibre da arma usada no disparo. Essa informação poderá apontar a autoria do disparo que matou o indígena. A expectativa é que o laudo pericial fique pronto o mais rápido possível, considerada a excepcionalidade do caso, segundo Ana Beatriz.
Oziel Gabriel morreu com um tiro na região do tórax. Ele foi ferido durante conflito com a polícia na fazenda, ocupada pelos terena desde 15 de maio. A vítima foi velada na aldeia Córrego do Meio, no município de Sidrolândia.
Conflito
O mandado de reintegração de posse na fazenda Buriti foi cumprido na quinta-feira (30) após confronto entre indígenas e policiais. Um dia depois, os terena voltaram a ocupar a propriedade.
A fazenda está em área reivindicada pelos índios em um processo que se arrasta há 13 anos. A terra indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área de 17,2 mil hectares foi delimitada, e a portaria foi publicada no Diário Oficial da União. Mas até hoje a Presidência da República não fez a homologação. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspendem o curso do procedimento demarcatório.
Em 2004, a Justiça Federal declarou que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal recorreram. Em 2006, o Tribunal Regional Federal modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena. Produtores rurais entraram com recurso e conseguiram decisão favorável em junho do ano passado.
Fonte: G1
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