A edição da revista Veja de número 2.207, ano 44, de 9 de março, requentou a matéria “Reféns do crime”, expondo mais uma vez o juiz federal Odilon de Oliveira, que atua há 24 anos no combate ao crime organizado próximo à fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e com a Bolívia.
Inseriu na reportagem outros magistrados, como a juíza federal Lisa Taubemblatt, titular da Vara Federal de Ponta Porã. Nas páginas 48 e 49, a Veja posta a foto de Odilon de Oliveira protegido por dois agentes federais, enquanto a juíza alega que busca proteção especial de seu colega, porém ainda não obteve tal beneficio por parte da Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul.
Na reportagem, entre um relato e outro, Odilon de Oliveira que ficou internacionalmente conhecido por combater e mandar prender grandes ‘chefões do crime organizado’ que agiam na fronteira, diz textualmente ao jornalista Gustavo Ribeiro que nunca mais terá uma vida normal. “Acredito que a magistratura não pode se ajoelhar diante dos criminosos, mais não aconselho um juiz jovem a fazer o mesmo que eu. Você perde sua vida, de um jeito ou de outro”.
Já a juíza Lisa Taubemblatt diz que conta com a segurança de cinco agentes pagos pelo Tribunal Regional Federal. “Somos alvos fáceis” para os envolvidos com os submundos do crime organizado que mandou prender por determinação do MPF (Ministério Público Federal) após ampla investigação feita pela Polícia Federal.
Lisa Taubemblatt diz à revista que aguarda há um mês pela resposta de proteção à sua pessoa, após ter sido apurado através de investigação que estava em curso um plano por parte de um traficante que ela havia condenado a prisão.
O suposto traficante, que não seria grande personagem como narcotraficante Luis Fernando da Costa, o ‘Beira-Mar’ teria ordenado para que seus cúmplices ‘apagassem a juíza’ e isso a obrigou a procurar apoio do TRF em bancar a sua segurança até que a PF, assim como faz com Odilon de Oliveira, designe uma equipe especial para protegê-la.
Assim como Lisa Taubemblatt e Odilon de Oliveira, a juíza Raquel Corniglion que também atuou no presídio de segurança máxima de Campo Grande entre 2007 e 2009, quando a cadeia tinha entre as feras do narcotráfico o carioca ‘Beira Mar’, que ela teve de decidir se deveria ou não voltar para o Rio de Janeiro, se sentiu ameaçada pelos cúmplices do marginal.
Durante o andamento do processo a polícia descobriu que ‘Beira-Mar’ havia planejado raptar os filhos da juíza para forçá-la a tomar uma decisão a favor dele. Mesmo diante do perigo, segundo a reportagem, a juíza teve de se virar sozinha. “Passei quinze dias dormindo em locais diferentes todas as noites. Meu filho de 3 anos me acompanhava até ao Fórum, o mais velho teve de passar um mês com um casal de amigos dos meus pais que eu não mal conhecia. Foi horrível”, confidenciou a juíza ao repórter da revista.
Além destes três depoimentos, a matéria traz também de outros juizes que tiveram que encarar o poder do crime organizado, como do ex-deputado federal pelo Acre, Hildebrando Pascoal, o homem que ficou conhecido mundialmente porque além de mandar matar seus adversários, também os trucidavam com o uso de uma motosserra. A reportagem completa sobre esta matéria e de outras estão na revista Veja desta semana que já está nas bancas do país inteiro e nas mãos de seus assinantes.
Waldemar Gonçalves - Russo
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