Plano Estratégico de Segurança para a Copa do Mundo de 2014 prevê um policial para cada 30 torcedores em dias de grandes jogos
Adriana Nicacio
SEGURANÇA
Apesar do policiamento ostensivo, Valdinho Caetano (abaixo),
responsável pelo evento, garante que a atuação será discreta
Contrariando a tradição brasileira de deixar tudo para a última hora, o esquema de segurança para a Copa do Mundo de 2014 está sendo traçado com antecedência em seus mínimos detalhes. ISTOÉ teve acesso ao Plano Estratégico de Segurança preparado para o grande evento do futebol mundial. Com 53 mil policiais treinados em todo o País e pelo menos 50 mil homens de segurança privada convocados para auxiliar durante a Copa, o plano prevê a escala de um policial para cada grupo de 30 pessoas em dias de jogos expressivos. A Polícia Federal deverá cadastrar três mil vigilantes para acompanhar as torcidas dentro de cada estádio e nos complexos internos das arenas. Estão previstos ainda o uso de helicópteros com câmeras capazes de captar e estabilizar imagens durante o dia e a noite, com sensores infravermelhos ou térmicos, aviões não tripulados (Vants) e gruas gigantes com câmeras em locais de grande aglomeração. Haverá um comando-geral com sede em Brasília, num prédio que já está em construção. Apesar de todo esse aparato, inspirado no modelo europeu de segurança para eventos desse porte, a polícia não exibirá armas e só aparecerá ostensivamente em momentos de crise. “O policiamento será intenso, mas nossa atuação será bastante discreta. A Copa é uma festa e não vamos instalar um clima de guerra”, explicou à ISTOÉ o delegado federal Valdinho Jacinto Caetano, titular da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos.
Cada uma das 12 cidades-sede terá seu próprio centro de comando. Serão prédios, com mais de 500 metros quadrados, funcionando 24 horas por dia, de onde será possível controlar tudo o que ocorre nas cidades, com alta tecnologia, num sistema integrado entre as polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e funcionários das companhias de água, luz, telefone e gás. Os centros são inspirados na gestão de segurança de grandes cidades no Exterior, como Cidade do México, Nova York, Londres, Paris, Madri e Israel, para onde foram enviados especialistas brasileiros. “Vamos poder agir com uma rapidez jamais vista”, disse o coronel Ilídio Ferreira Vilaça, coordenador do projeto de construção do Centro de Controle Integrado de Pernambuco.
As ações das polícias no Brasil serão padronizadas e nos Estados todos os responsáveis pela segurança usarão a mesma frequência de rádio e terão acesso ao sistema i24 por 7, da Interpol, além de treinamento com o FBI e a Cruz Vermelha. “Faremos cursos antibomba, antitumulto e de demais situações de ameaças. Estamos extremamente preparados”, diz o delegado Caetano. Em Brasília, policiais já foram treinados para a segurança de autoridades, riscos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, num acordo de colaboração bilateral com os Estados Unidos. Em São Paulo, agentes do FBI deram treinamento a militares paulistas em caso de ataques terroristas e combate às armas de destruição em massa. De todo o aparato, o delegado Caetano acredita que o principal legado da segurança na Copa será a integração entre as forças de segurança do País. “A Copa representará um divisor de águas na segurança pública”, prevê.
Fonte:istoé
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