Pages

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A TRAJETÓRIA DE ANDRÉ PUCCINELLI ATÉ O ESCÂNDALO DO HOSPITAL DO CÂNCER

 

Na década de 80, quando o atual governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, ainda era deputado estadual, sua esposa, dona Elizabeth Machado Puccinelli, foi uma das protagonistas de uma colisão ocorrida no trânsito de Campo Grande, a bela Capital do estado.

O fato seria comum, e não teria maiores alardes, caso a hoje primeira dama do estado, não estivesse dirigindo naquela ocasião um veículo roubado.

Um ex-delegado de polícia, de nome Adailton Raulino Vicente da Silva, que foi titular da DEFURV (Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Veículos), montou um forte esquema de corrupção dentro da delegacia, onde, para se manter no cargo, oferecia ao político que lhe dava cobertura, carros roubados, mediante “cautela”, ao invés de devolvê-los aos seus legítimos donos, que sequer ficavam sabendo que o bem havia sido recuperado.

O então deputado estadual André Puccinelli era o político que dava cobertura ao delegado corrupto e assim detinha uma verdadeira frota de veículos para atender seus familiares, assessores, amigos e “cupinchas”.

Assim o atual governador iniciou a sua trajetória de coisas mal feitas e de impunidade na política de Mato Grosso do Sul.

De lá pra cá, André Puccinelli tem tido participação efetiva numa série de coisas cabulosas ocorridas em Campo Grande e no Mato Grosso do Sul. A sua própria eleição para prefeito, em 1996, quando venceu o seu adversário por uma diferença de apenas 411 votos, foi recheada de denúncias de fraude, compra de votos e corrupção.

Recentemente, o escândalo do hospital do câncer de Campo Grande, tornou-se público. Médicos e empresas ligadas ao esquema transformaram esta terrível doença numa verdadeira fonte de enriquecimento ilícito. Médicos, que na teoria se formam para salvar vidas, utilizavam-se do sofrimento de pessoas doentes, do sofrimento de famílias com a perda de um ente querido, para faturar, ganhar dinheiro.

Eis que neste domingo, dia 05 de maio, reportagem apresentada no Programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe mais uma revelação estarrecedora.

Por trás da máfia que se enriquecia no hospital do câncer, existia a proteção do governador do estado, que, por incrível que pareça, também é médico.

Outra coisa ficou bem clara na referida reportagem: uma boa parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul é instrumentalizada pelas mãos do governador, conforme já havia sido desvendado naquela conversa entre o ex-deputado Ary Rigo com o jornalista Eleandro Passaia (ex-secretário de governo de Dourados, atualmente repórter do SBT).

Agora também parece que está explicado, porque o vereador Mario Cesar da Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, um reles e desprezível serviçal do governador, lutou tanto para impedir a CPI da Saúde.

Entretanto, tudo indica que ainda há muita coisa a ser esclarecida e explicada.

Essa turma, esses “vampiros”, precisam ser punidos de maneira exemplar.

A sociedade de Mato Grosso do Sul tem que exigir a CPI.

José Tolentino
Editor do Jornal da Cidade Online

 

0 comentários :

Postar um comentário