O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PMBMMS, soldado PM RR Edmar Soares, juntamente com alguns diretores e associados da entidade estiveram nesta terça (25) e quarta-feira (26), em Brasília participando mais uma vez dos processos de negociação da PEC 300. Em entrevista o presidente da ACS fala sobre os bastidores de Brasília e tudo sobre a PEC 300/446.
Site da ACS – A diretoria da ACS chegou a Brasília na terça-feira e quais eram as últimas notícias sobre a votação da PEC 300?
Edmar - Como estava previsto anteriormente, na terça-feira foi realizada uma reunião dos líderes partidários, com a finalidade de chegar a um acordo sobre o assunto. A notícia que nos chegava depois de terminada a mencionada reunião, já que estávamos no plenário 12 à espera do término, era de que havia sido interrompida a reunião de líderes, pois, em dado momento o Deputado Federal Capitão Assumção foi surpreendido transmitindo informações de cunho sigiloso a sua central eletrônica, para que divulgasse em tempo real o que se passava no plenário, talvez tenha feito de forma muito prematura, mas acabou sendo encerrada tal reunião sem que se chegasse a um acordo.
Site da ACS – Qual a sua opinião sobre a atitude do deputado federal Capitão Assumção?
Edmar - Talvez aquilo era tudo que os líderes do governo mais queriam naquele momento, pois tinham em mãos um pretexto para por fim as negociações. O que se extrai dos fatos a nosso ver foi um momento de insensatez, talvez movido por um sentimento mais regulado pela emoção do que pela razão, e ele não refletiu sobre as conseqüências que suas atitudes poderiam ocasionar, pois do lado de fora do plenário estavam centenas de Policiais Militares, Civis e Bombeiros, os quais ansiavam por uma decisão balanceada dos políticos que viesse a por termo as negociações, de forma que atendessem as suas reivindicações, pois é óbvio que os deslocamentos para Brasília têm ocasionado um desgaste muito grande, físico, emocional e financeiro. Entretanto vale ressaltar que até esta data o Capitão Assumção e os demais membros da FREMIL (Frente Parlamentar em Defesa dos Policias Militares e Bombeiros) exerceram um papel fundamental na luta pelo piso Nacional, e que continuamos a acreditar que os mesmos continuarão nesta luta de defesa dos interesses da classe.
Site da ACS – Qual foi o cenário em Brasília depois do vazamento das informações da reunião de líderes?
Edmar - Naquele instante quando a notícia era dada tínhamos a nítida impressão que a PEC 300 estava entrando em estado de coma a beira da falência múltipla, colocando por terra todo o esforço empreendido por todos que ali estavam. Não podemos esquecer que na semana passada os líderes do Governo Federal demonstraram o maior descaso possível com todos os policiais que estavam no plenário da Câmara dos Deputados, usando todos os meios possíveis para enrolar a votação da sessão extraordinária, onde seria apreciada a PEC 300, com certeza seguindo determinação da Presidência da República.
Site da ACS – Qual a sua visão sobre a manobra política que os políticos fazem com relação a votação da PEC?
Edmar - É inacreditável ver toda a trama armada pelos líderes do governo para inviabilizar a votação da PEC 300, líderes que são representados pelos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Cândido Vaccarezza (PT-SP), e José Genoíno (PT-SP) todos de um segmento partidário denominado “dos trabalhadores” e neste momento histórico, e pré-eleitoral não demonstram qualquer tipo de respeito pelos trabalhadores da área de segurança pública do Brasil, que anseiam por um piso nacional para dar dignidade as suas famílias, desta forma deve-se dar a resposta a estes que trabalham contra nosso direito legitimo, com a única palavra que eles entendem o voto.
Não podemos deixar de lembrar que também existe a figura do Presidente da Câmara Federal, o qual colocou uma expectativa de resolver a questão, onde colocaria em votação na data de 18 e 19 de maio a PEC 300/446 em programa de TV que foi ao ar no Dia do Trabalhador, assumindo compromisso público, e em um ato COVARDE fugiu do país (esta é a palavra correta), deixando centenas de policiais que compareceram na data prevista sem uma resposta, e decepcionados com o descaso apresentado pelos líderes do Governo, e aí questionamos: Quem irá pagar a conta dos custos operacionais do deslocamento a Brasília? O Sr. Michel Temer? As lideranças do Governo?
Ledo engano, quem pagará as despesas somos nós policiais que acreditamos na palavra de alguns políticos DESCOMPROMISSADOS com a Nação Brasileira e com a Segurança Pública. Senhores, a ELEIÇÃO, a COPA DO MUNDO e as OLIMPÍADAS vêm aí!
Site da ACS – Qual foi o acordo entre as lideranças associativas e o governo para colocar a PEC na pauta de votação?
Edmar - Na tarde de quarta-feira, vendo nossas esperanças se esvaírem pela falta de comprometimento de alguns deputados, as lideranças associativas que estavam presentes em Brasília, se reuniram e colocaram em pauta os seguintes assuntos: ceder e retirar o valor nominal da PEC; manter a criação do fundo de segurança; ceder e concordar que o piso nacional seja determinado por MP ou Lei Complementar.
Após a exposição da pauta, por unanimidade, as entidades decidiram ceder as pressões do governo e concordar com a retirada do valor nominal da PEC, mas manter a criação do Fundo de Segurança, e remeter para Lei Complementar a designação do valor do piso, a ser encaminhado pelo Executivo Federal.
Site da ACS – Qual foi o papel das entidades nesse acordo?
Edmar - As entidades tiveram que tomar a frente das negociações, pois diante dos fatos do dia anterior a PEC poderia já estar morta, uma vez que em nenhum momento o Governo Federal deu a entender que iria facilitar as coisas sobre o assunto da PEC 300,e asentidades também testemunharam que interesses eleitorais, de alguns políticos que quiseram fazer do plenário um palanque eleitoral, deixando transparecer que a PEC-300/446 seria plataforma para suas candidaturas.
Site da ACS – Quais foram os deputados que representam as lideranças de MS apoiaram a PEC?
Edmar – Em meio a todas as dificuldades enfrentadas por todos os segmentos que compareceram em Brasília nesta data de 25/26 de maio, temos que salientar que nós de MS, representados pela ACSPMBM/MS e pelo Clube dos Oficiais, temos que tornar público que somente os deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT-MS) e Marçal Filho (PMDB-MS) foram a favor da nossa causa, colocando seus respectivos escritórios a serviço dos policiais de Mato Grosso do Sul.
Site da ACS – Qual a expectativa para o futuro?
Edmar - É importante salientar que nós entidades representativas de todo o país, conseguimos dar mais oxigênio à causa, mas é importante frisar que é preciso também um empenho maior de nossos associados e dos policiais em geral, que venham a participar de forma mais efetiva do movimento, pois nos últimos dias realizamos diversas reuniões regionalizadas na capital, e não houve participação efetiva dos interessados, em uma causa que é do interesse geral, pois é o futuro do segmento que está em discussão. Quando houver mobilização é necessário o COMPARECIMENTO DOS INTERESSADOS, e isto diz respeito a todo o segmento, pois somente seremos fortes se realmente estivermos unidos formando uma CORRENTE.
Fica aqui um CHAMADO: Toda e qualquer mobilização é de extrema necessidade que todos os policiais e bombeiros participem efetivamente, não deixando a cargo de alguns o que é de RESPONSABILIDADE DE TODOS. Resumindo, acreditamos que demos um passo importantíssimo na condução da PEC 300, e vamos continuar mobilizados para chegar a um resultado positivo.
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