O dia 13 de maio de 1888 entrou para a história do Brasil depois de uma campanha que, no fim do século XIX, mobilizou diversos setores da sociedade brasileira. Tratou-se, porém, de uma abolição incompleta, já que, passada a assinatura da Lei Áurea, os negros foram abandonados à própria sorte,
sem a realização de reformas que os integrassem socialmente. Isso porque, por trás de todo o processo, havia um projeto conservador que não pôs fim aos latifúndios e exacerbou o racismo como forma de discriminação. Agora, em 2013, com aprovação e o debate sobre a regulamentação da PEC das Domésticas e as discussões sobre a PEC do Trabalho Escravo, o que se percebe é que a abolição ainda é um projeto inacabado no Brasil, que precisa ser reafirmado não só neste 13 de maio, mas todos os dias.
Para marcar a data, a Unegro repercutiu a série de reportagens publicada pelo jornal “Estado de Minas” sobreos 125 anos da abolição da escravatura. A Uneafro, por sua vez, tem realizado deste o último sábado (11) uma jornada de lutas contra o racismo. Amanhã (14) acontece, às 9h na Praça da Sé, o ato “Luta das mães contra o genocídio da juventude negra pobre e periférica”, que servirá para denunciar as mortes por PMs de jovens negros e reivindicar, entre outros pontos, indenização às famílias das vítimas e investigação dos grupos de extermínio que agem na periferia.
Já a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) relançou, juntamente com o Senado, o livro “Abolição no Parlamento, 1823/1888 – 65 anos de lutas”. A publicação propõe justamente não ignorar as lutas populares e toda uma movimentação na sociedade brasileira que levaram à assinatura da Lei Áurea. Segundo a Seppir, o livro constitui uma importante compilação dos documentos principais do Arquivo do Senado Federal sobre a abolição e constitui uma boa oportunidade de repensar a maneira como o período da escravidão foi tratado pela historiografia oficial.
Essa revisão histórica vai ao encontro do que a Contee defende para este 13 de maio e todos os outros dias do ano, no sentido de que, passando a limpo a história brasileira, por meio de uma educação não racista e não discriminatória em todas as instâncias, consigamos de fato ter uma abolição plena e uma sociedade liberta de todas as desigualdades e de todos os preconceitos.
Da redação
http://contee.org.br/contee/index.php/2013/05/13-de-maio-dia-de-luta-por-uma-abolicao-plena/#.U3K4Q_ldVkY
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