O resgate de um preso no Hospital da Vida de Dourados na última sexta-feira (27) faz com que a segurança pública entre em estado de alerta. Hoje, representantes da Associação e Centro Social da PM e Bombeiros de Mato Grosso do Sul (ACS PMBM-MS) ingressam com denúncia no Ministério Público Estadual contra a falta de efetivo policial das escoltas, além de fragilidade na triagem de saúde da Penitenciária Estadual de Dourados (PED) e falta de segurança na entrada de pessoas não credenciadas no Hospital da Vida.
De acordo com o vice-presidente da Associação, Aparecido Lima, o objetivo da denúncia é buscar recomendações do Ministério Público que garantam uma segurança maior para a sociedade e também para os policiais.
Conforme Aparecido, o problema do resgate começou com a saída do preso da PED. "O interno simulou uma fratura em uma das pernas e nenhum profissional de saúde notou. Ao contrário, enfaixaram e colocaram tala. Vejo que deveria haver uma triagem mais minuciosa quando se trata de presidiários. Outro problema foi no número de policiais na escolta.
O recomendado é dois policiais para cada preso. Naquele dia haviam dois Pms e dois presos, ou seja, metade do que é o necessário para garantir a segurança. Outra falha é o fato de bandidos disfarçados terem acesso as alas do Hospital da Vida, o que facilitou a fuga. Um dos criminosos apontou um revolver para uma enfermeira e para proteger sua vida, o policial foi obrigado a entregar a arma dele. Os bandidos fugiram com o preso e com a arma da PM.
O preso supostamente doente saiu "milagrosamente" da cadeira de rodas e fugiu correndo com os bandidos sem nenhum ferimento real", destaca Aparecido.
Segundo ele, esses fatos devem ser investigados e as instituições públicas devem tomar providências para que haja uma segurança maior nessas escoltas de presos. "É preciso um cuidado maior com a segurança da população. Não restam dúvidas", destaca.
Déficit
Com déficit de 300 policiais militares, a cidade de Dourados realiza mais de 2,8 mil escoltas de presos da Penitenciária Estadual (PED) para a o Fórum e para hospitais de Dourados, segundo dados da Associação e Centro Social da PM e Bombeiros de mato Grosso do Sul (ACS PMBM-MS). De acordo com Aparecido Lima, os policiais, que poderiam ser aproveitados na segurança pública da população, são deslocados para o cuidado com os presos. Segundo ele, quando a escolta é para fora do município, é preciso deslocamento de policiais da Força Tática para o reforço da segurança, o que, segundo a Associação, retira ainda mais policiais da segurança nas ruas.
Videoconferência
O Conselho Institucional de Segurança Pública de Dourados (Coised) tem sugerido que os pelo menos nos casos de interrogatórios, oitivas e audiências de custódia, sejam feitas por videoconferências, assegurando o direito do acompanhamento pelo defensor.
A medida tem a finalidade de diminuir os riscos para a sociedade, já que Dourados tem quase 2,3 mil presos, sendo 800 de altíssima periculosidade e ligados a facções criminosas, além da diminuição dos gastos públicos e efetivo policial.
De acordo com o Coised, o número de agentes públicos envolvidos em escolta de presos em Dourados é elevadíssimo e gera custo muito alto ao poder público. Além disso, os policiais ficam nessa função de escolta, enquanto o policiamento ostensivo acaba sendo afetado e a população sem a devida proteção.
https://www.douradosagora.com.br/noticias/dourados/policiais-vao-ao-mp-denunciar-falhas-em-triagem-de-presos-e-baixo-efetivo
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