Por Edmar Soares da Silva
As promessas feitas durante a última campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), ao que parece, ficaram no ano passado. Até mesmo os mais fanáticos petistas, que pensam integrar a fatia esclarecida da população e que defendem com unhas e dentes a “Coração Valente”, se calaram depois do anúncio do último pacote de medidas fiscais do Governo Federal: arrocho nos direitos trabalhistas, aumento de tarifas e dos juros.
Sem o mínimo de vergonha na cara, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que as medidas fazem parte do “trabalho de equilíbrio fiscal” para “aumentar a confiança dos agentes econômicos para retomada da economia”. Deixou subentendido o óbvio: a política econômica da presidente Dilma Rousseff em seu primeiro mandato foi um total fracasso. O objetivo é arrecadar R$ 20 bilhões até o final do ano. Uma ninharia, aliás, se comparado ao rombo causado à Petrobrás pelo grupo petista que comanda o País desde 2002.
A roubalheira na estatal fez o preço do barril cair mais de 60%, o que refletiu até mesmo em países autossustentáveis, como a Venezuela. Causa repulsa ver meliantes do Governo Federal, ligados a partidos políticos, destruírem o até então maior patrimônio do Brasil. As cabeças coroadas, no entanto, saem impunes.
Somente o aumento da alíquota do PIS/Cofins e do Cide sobre os combustíveis, de 9,25% para 11,75%, deve resultar em uma alta de até R$ 0,22 para a gasolina e R$ 0,15 para o diesel. “Não tenho envolvimento sobre a política de preços da Petrobras”, esquivou-se o cara de pau após o anúncio. O aumento da alíquota não será refletido somente nas bombas, mas, também, será distribuído nos alimentos, energia, água e transporte público, por exemplo.
O Governo Federal já havia anunciado, também, o aumento da energia. De novo? Mas podemos ficar tranquilos. O Planalto já anunciou que, desta vez, o reajuste não passará de 40%. Por ironia do destino ou não, um apagão atingiu dez estados brasileiros na última segunda-feira. Mais uma vez vamos pagar a conta da falta de investimentos no setor de energias. As usinas que estão em construção e estão com obras atrasadas, no entanto, dão lucro aos ladrões da República com aditivos e mais aditivos em seus contratos
Não tem choro, nem vela: eles assaltam, nós pagamos a conta da irresponsabilidade, da incompetência e do roubo aos cofres públicos.
* É Bacharel em Direito, diretor-jurídico da Anermb (Associação Nacional das Entidades Representativas de Policiais Militares e Bombeiros Militares) e presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul)
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